25 abril 2011

AMIGOS SÃO ANJOS QUE MORAM NA TERRA.




Páscoa entre amigas.

Há cerca de três semanas todos os dias no encontramos e falamos sobre o feriado que se aproximava. Pois bem a “semana santa” chegou!
E com ela chegaram às visitas as famílias, os filhos, os irmãos, os cunhados, os enteados, os vizinhos, os amigos dos amigos...

Pra uma de nós o feriado significa gastura pra outra uma interrogação continua.

Uma de nós, foi de encontro com tudo e todos, vestiu-se de humildade e recolheu seu famoso gênio estourado, adentrou ao lugar de todos, a terra sem lei, a “casa da mãe Joana”, onde tudo parece permitido, mas os olhos dos outros lhe acompanham em um simples suspiro, tudo é observado e basta um passo em falso pra CASA CAIR, ou formar o BARRACO. Nesse lugar, todo cuidado é pouco e até o silencio é motivo.

A outra de nós, organizou atividades para sua família, que agora já não se faz numerosa, e com um modelo super-moderno da milenar instituição “FAMILIA”, esperava por viver a páscoa, ao menos sem sustos.

As duas começaram alinhadas, penteadas, sorridentes, e com esperança de que tudo fosse bom como de fato poderia ter sido.





Infelizmente, apesar das melhores intenções... Nada foi como poderia ter sido.


Uma de nós ao se encontrar em tamanha selva de pessoas sedentas por um deslize, se tornou tão calada e amedrontada que seus músculos endureceram. A dor que ela via, doeu nela, ali nem tudo era dito, mas era entendido. Essas visões foram transformadas em dor física, se medicou, e dessa vez ela não agiu como de costume.
Ela não gritou, não escancarou a verdade na cara dos outros, nem mesmo deu indiretas sobre o que lhe fazia mal, se calou, e sozinha já em um lugar seguro, ela chorou.

A outra nessas alturas do feriado santo, que de santo só tinha o nome, já se sentia desconfiada de que os planos de dias felizes não iam se consolidar. E não se concretizaram. Agiu em coerência com seu comportamento, respondeu pontualmente a todas as indiretas, diretas, e com bravura tirou cada uma das nuvens escuras que pairaram sobre sua cabeça e da nova família.
Entre dizer e não dizer, com intenção ou sem nenhuma...
Ela ficou com a razão.
E também ficou com olhos marejados, cabeça quente, um pouco de tristeza, e por derradeiro ficou sem sua páscoa planejada.

Depois de dois dias e a noite que se passou, onde tudo as irritou, e nada as encantou, e o melhor lugar não teve nenhuma graça, motivo de ir ali já não fazia diferença, os sabores se amargaram e o desânimo as consumiu.
Nadaram e morreram na praia, sim elas imaginaram que poderia ser assim, mas acreditaram que não, lutaram bravamente, mas acabaram as duas frustradas contando decepções e calorias, cujas duas coisas só restavam ser digeridas.

Sentaram-se com poucas risadas (coisa rara entre elas), almoçaram, sem luxo, sem pessoas as rodeando, sem muito apetite, mataram a fome do corpo.
Mas nessa páscoa, e nesse almoço em específico, a dupla de amigas, pode levar pra mesa: sua verdade nos olhos, suas decepções nítidas e o sentimento de inconformismo compartilhado. Levaram à mesa também suas esperanças de dias melhores, a vontade de continuar lutando, discutiram novas estratégias pra seus antigos problemas.




A páscoa foi livre da hipocrisia, não foi a mais feliz, mas certamente a que mais se relacionou com o verdadeiro sentido da festa santa.
O renascimento, a ressurreição, o coração ferido e límpido, tudo pronto pra que as duas, em comunhão de seus sentimentos possam recomeçar!


Nenhum comentário:

Postar um comentário